Atualmente o tema suicídio vem sendo discutido de forma mais aberta, como forma preventiva, porém, após o lançamento da série 13 Reasons Why, surge uma preocupação maior: Será que este tipo de entretenimento pode influenciar alguém a cometer suicídio?

Para aqueles que ainda não conhecem a série, ela retrata o relato de uma adolescente que cometeu suicídio. Através de fitas gravadas, a adolescente narra os 13 motivos que a impulsionaram a tomar esta atitude, além disso, todas as pessoas que de certa forma contribuíram para tal decisão recebem as gravações após sua morte.

Primeiramente quando falamos de suicídio é inevitável falar sobre depressão, uma doença que vem atingindo cada vez pessoas mais jovens, que algumas vezes optam por acabar com a própria vida, como forma de cessar sua dor. Sob esta perspectiva, se o individuo já se encontra em vulnerabilidade emocional, a série pode sim influenciar nas suas escolhas, inclusive alimentando uma possível ideação de por fim na própria vida. Vale ressaltar que a pessoa que se encontra fragilizada desta forma, requer uma atenção plena e constante daqueles que os cercam, não só no que se refere ao que o mesmo assiste ou deixa de assistir, portanto é extremamente delicado culpar a série por aumentar os índices de suicídio.


Temos que olhar o suicídio como uma expressão de intensa do sofrimento e não como um ato de coragem ou covardia, pois quem se suicida, não esta agindo pelo desejo de morrer ou por não encontrar solução para seus problemas, mas sim, por fim na sua dor, e se para isto tiver que cometer o suicídio, assim o fará.

Algumas pessoas podem ainda ameaçar ou tentar cometer suicídio como forma de chamar atenção, não com o objetivo de ser o centro das atenções, mas sinalizar que algo está errado e que precisa de ajuda. 


Desta forma, prefiro lançar um olhar diferente a este tipo de entretenimento (13 Reasons Why), não vinculado apenas ao suicídio, mas de dar a devida atenção as pessoas a sua volta, percebendo suas fraquezas e necessidades, sendo capaz de ter empatia, de estar pronto a ajudar se for necessário, e rever seus atos avaliando o quanto isso pode afetar aos demais.

De forma geral, o que nos faz mal não é um evento em si, representado muitas vezes por relatos e histórias, mas sim o significado que damos a tudo isso! Portanto não faz sentido julgar o tamanho ou motivo do sofrimento do outro, pois cada um tem a sua forma de processar e entender as coisas, nem mesmo diminuir os seus pensamentos e emoções. Por fim, precisamos acolher estas pessoas para que elas percebam que alguém se importa e está disposta a ajudá-las, podendo alimentar uma possível esperança para que elas consigam lutar e buscar ajuda.


Valéria Rodrigues


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