Nesta terça-feira (12), 15 alunos da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC) tiveram uma experiência inusitada na Bywall, um centro de treinamento especializado em escalada indoor, que fica em Itapema. A iniciativa partiu da psicóloga Ruthie Bonan Gomes e contou com o apoio do sargento Valdecir Cristiane, que ajudou com parte da verba do transporte e acompanhou a atividade no dia com sua experiência também em escalada.

De acordo com o proprietário da Bywall, Douglas Kurek, esta foi a primeira de muitas ações que serão realizadas no espaço. "Existem coisas que não tem preço, essa experiência serviu para reforçar ainda mais este ditado. Toda equipe Bywall se sentiu muito honrada em receber pessoas tão especiais. Foi um dia de aprendizado e de muita gratidão", comenta Douglas. O empresário afirma que já existe um projeto ainda maior que tem como principal intuito possibilitar a prática de escalada para todas as pessoas, independente de sua limitação ou deficiência.

Imagem: Gustavo Seeling.

A escalada faz parte do cronograma de atividades esportivas da ACIC. O professor de Orientação e Mobilidade da ACIC, Igor Zucchi,  explica que a ideia surgiu através de um contato da psicóloga Ruthie, que procurou a entidade para falar de um projeto de inclusão de pessoas com deficiência no surf e na escalada. "Ruthie entrou em contato com a Bywall, que também abraçou a ideia e deu todo o suporte de espaço, equipamento, equipe de profissionais, sem custo algum", comenta.  

Participaram 15 pessoas com deficiência visual, alguns cegos, outros baixa visão, homens, mulheres, algum com a deficiência visual congênita, outras adquiridas há pouco tempo. "Nenhum deles havia escalado antes, o mais novo do grupo tem 13 anos e o mais velho 80. A gente abriu inscrições para as 15 vagas que logo foram preenchidas pelos interessados e com lista de espera", afirma Zucchi.


O esporte como estratégia de inclusão 

A Associação Catarinense para a Integração do Cego – ACIC, neste ano de 2017 completa seus 40 anos de atuação na causa da pessoa com deficiência visual. No decorrer desta caminhada, a entidade busca oportunidades para que as pessoas cegas e/ou baixa visão possam se tornar protagonista de sua história. 

A ACIC tem como missão a inclusão social das pessoas cegas e/ou baixa visão, e busca por meio de várias estratégias efetivar este trabalho. No decorrer das ações, foi observado que cada vez mais as pessoas com deficiência visual, assim com as pessoas em geral, vem buscando melhoria na sua qualidade de vida. Desta forma, a ACIC tem no esporte um forte aliado para cumprir sua missão. "O processo de ensino e aprendizagem da pessoa com deficiência visual em todas as atividades na ACIC, respeita a individualidade do aprendiz, partindo do conhecimento corporal e das incapacidades sensoriais do aluno", explica o professor Igor Zucchi. 


A entidade fomenta práticas esportivas por meio de atividades físicas, brincadeiras e vivências dentro e fora do espaço institucional. Estas práticas vem despertando o interesse de usuários pelo esporte a partir do aprimoramento psicomotor e cognitivo. "Nosso objetivo com as práticas esportivas é aproximar as pessoas de modalidades esportivas, proporcionando a elas a oportunidade de conhecerem e vivenciarem as mais diversas atividades e provarem a si mesmas que são capazes e que o limite muitas vezes vai muito além do imaginável", comenta Zucchi.

Em 1999  foi realizada a primeira trilha, com um grupo de 18 alunos para Naufragados. Com essa atividade, observou-se uma mudança positiva no comportamento nos alunos, deixando clara a possibilidade de dar segmento a estas atividades e outras. Em 2000 aconteceu o primeiro rappel na ponte e desde então não pararam mais: rappel,  tirolesa, acampamentos, trilha, rafting,  pescaria, passeios de caiaque, arvorismo, sandbord.


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