Os olhares curiosos se mantêm fixos na professora enquanto ela passa orientações de modelagem, corte e costura. Depois, é a hora de pegar a fita métrica e dominar a tesoura, até assumir a habilidade com as linhas e agulhas. Duas vezes por semana, um grupo de cerca de 20 pessoas participa do projeto de extensão "Mulheres do Bairro", vinculado ao curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A iniciativa já formou cerca de 300 pessoas, para atuarem no segmento de forma a contribuir na renda familiar.

A formação capacita os participantes a confeccionarem peças básicas do vestuário feminino, por meio da modelagem tridimensional, planificada, do manuseio das máquinas reta industrial, overlock e galoneira. No nível avançado, o desafio é maior, com a interpretação de uma peça de modelagem e a tarefa de fazer uma calça de alfaiataria e, se tudo der certo, uma camisa.

Neste ano, pela primeira vez nos nove anos de história do projeto, a turma é mesclada, formada por alunos iniciantes e outros já em nível avançado. As aulas práticas e teóricas do projeto totalizam 72 horas e são ministradas no Laboratório de Modelagem e Vestuário (Lamov), do Campus Balneário Camboriú, sob orientação da professora Maria Rosaime Cabral. Os encontros são semanais, nas terças e quintas-feiras, das 13h30 às 17h30.

"Os alunos recebem orientação técnica e todo o material para praticar, além de levarem pelo menos uma peça que fizeram para casa. Alguns ex-alunos trabalham em empresas de confecção. Três montaram sua própria empresa e muitos passam a costurar para a família ou fazem consertos para fora", explica a professora.

Nova possibilidade de renda

Tem aluna que nunca havia mexido em uma máquina de costura e agora, feito criança pequena quando ganha um novo brinquedo, vibra com a possibilidade de poder manuseá-la. É o caso da haitiana Sandra Eleseaste Sineus, de 34 anos: "Quando me encaminharam para cá eu vim, mas sem saber muito o que iria acontecer. Agora, estou feliz da vida, nem acredito que vou poder costurar. Sei que só aqui posso fazer isso", afirma.

Já Dirlei Terezinha Monteiro, 46 anos, fez o curso básico após ter que se afastar do trabalho de vendedora por conta de um problema de saúde. Ela inscreveu-se na capacitação sem muitas pretensões. Agora, cursa o nível avançado e já programa atuar de forma profissional. "Eu não sabia nada de costura. Fiquei sabendo do curso pelo CRAS e gostei tanto que resolvi continuar. Faço consertos e quero trabalhar com isso", revela.

Inscrições no CRAS de BC

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Balneário Camboriú é quem seleciona e indica as pessoas dos bairros para o projeto Mulheres do Bairro. Podem participar adolescentes, jovens, adultos e idosos da comunidade local ou dos arredores do município que necessitem e estejam dispostos a aprender um ofício para conseguir auxiliar e incrementar a renda familiar.

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