Pequenos baldes, varetas, palitos, borrachas e outros materiais ganham nova função, todas as quartas-feiras, entre 17h30 e 19h, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Campus Itajaí. Os objetos são transformados em instrumentos musicais utilizados por um grupo de crianças com autismo do Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II) da Univali, que participam, semanalmente, de oficinas de música ministradas pelo Grupo de Percussão de Itajaí (GPI), projeto de extensão vinculado ao Proler Univali. 

A iniciativa começou em 2016, a partir da intenção do GPI de fazer um trabalho social e de educação inclusiva, somada ao diálogo que tiveram com a médica neuropediatra Cristina Maria Pozzi, professora do curso de Medicina da Univali, que atuou no CER e participa como flautista da Banda Univali. As oficinas dividem-se entre momentos de apreciação, socialização e da prática musical, com instrumentos musicais de percussão e alternativos, ou seja, objetos sonoros do cotidiano.

Rodrigo Paiva, coordenador do curso de Música da Univali e responsável pelo GPI, conta que a proposta tem gerado mudanças em todos os envolvidos. "Temos alguns relatos emocionantes, de coisas simples e importantes que mudaram na vida destas crianças. Como, por exemplo, um menino que tinha medo do som do vento e após participar das nossas atividades, perdeu este receio", afirma.


O projeto não se caracteriza como musicoterapia. No entanto, profissionais da saúde que acompanham as crianças nas terapias e os próprios pais relatam que há melhoras significativas no comportamento e nas atitudes deles, principalmente em relação à atenção e à comunicação.

A neuropediatra Cristina explica que as oficinas abordam habilidades como a linguagem, o movimento e a socialização, em crianças que apresentam prejuízos nestas áreas. Sobre a abordagem, ela explica que é diferenciada, respeita as particularidades de cada um, com o envolvimento dos familiares, professores, alunos e terapeutas. "A ideia de um trabalho duradouro, contemplado a música e todos os seus desdobramentos é um desafio, mas também um caminho favorável no treino de habilidades e comportamentos adequados destas crianças", analisa a médica.

As oficinas ocorrem nas quartas-feiras, das 17h30 às 19h, na sala 202, do bloco D8, no Campus Itajaí.

Assista o vídeo do projeto:




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