Pelo menos 20 municípios catarinenses decretaram situação de emergência ou calamidade pública até esta terça-feira (29) em todas as regiões do estado por causa do desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros. As prefeituras afirmam que enfrentam dificuldades com falta de alimentos e combustíveis, além de prejuízos na agroindústria.

Decretaram situação de emergência os municípios de:

Concórdia - Oeste

Irani – Oeste

São Joaquim - Serra

Marema - Oeste

Faxinal dos Guedes - Oeste

São João Batista – Grande Florianópolis

Antônio Carlos – Grande Florianópolis

Major Gercino – Grande Florianópolis

Chapecó - Oeste

Morro Grande - Sul

Ituporanga- Vale do Itajaí

Rio do Sul - Vale do Itajaí

Braço do Trombudo - Vale do Itajaí

Aurora - Oeste

Monte Castelo – Norte

Pinhalzinho - Oeste

São Francisco do Sul - Norte

Jaraguá do Sul - Norte

Brusque - Vale do Itajaí

A Prefeitura de Videira, no Oeste, decretou calamidade pública.

Prejuízos

Como prejuízos, as prefeituras citam falta de materiais essenciais, como remédios e alimentos para a merenda escolar. Também não é possível a realização de todos os serviços públicos por conta do desabastecimento de combustível dos veículos do município, como o transporte escolar.

"Estamos com falta de alimentos, mercados desabastecidos, postos sem combustíveis. Não é tanto por nós, a prefeitura se ajeita, mas pela comunidade rural. Os produtores de leite, frango e suínos estão sendo muito prejudicados", disse o secretário de Administração e Planejamento de Pinhalzinho, Vanderlei Borba.

Na quinta (24), o município suspendeu os trabalhos de máquinas e caminhões da prefeitura. As aulas nas escolas municipais foram canceladas nesta terça e quarta (30). As creches funcionam normalmente.

Outro exemplo é São Joaquim, que desde sexta (25) suspendeu o abastecimento de veículos que não façam serviços essenciais. A prefeitura considera fundamentais o transporte de pacientes de hemodiálise, quimioterapia e outras emergências, transporte escolar e merenda e serviços da Defesa Civil, Bombeiros e Polícia Militar.

As aulas foram suspensas até quarta (30) na rede municipal de ensino de São Joaquim, além do transporte escolar. Na sexta (1º), é ponto facultativo no município.

Defesa Civil

A Defesa Civil estadual afirma que o quadro de desabastecimento não é considerado de emergência, segundo o Código Brasileiro de Desastres.

"Se nós andarmos pela rua, nós não vemos uma situação de emergência de caos social. Nós temos um desabastecimento de combustível que ainda não gerou seu reflexo de colapso nas pessoas. Nos serviços públicos, a gente tem conseguido manter conforme o diálogo com os manifestantes e também o convencimento dos caminhoneiros em transportar", disse o secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, em coletiva na segunda (28).

"A estratégia nossa dentro desse processo não é do reconhecimento da situação de emergência e sim da manutenção da ordem pública. Tanto que fizemos o questionamento ao TCE [Tribunal de Contas do Estado] na sexta-feira [25] passada e o próprio TCE emitiu nota explicando que aquilo que é necessário na, vamos supor, compra direta de combustível, alguma situação de gênero alimentício, insumo, uma necessidade, ele pode ser feito alicerçado na legislação da lei de licitações”, explicou o secretário.

Os caminhoneiros entraram no 9º dia de protesto em rodovias de Santa Catarina contra a alta do preço do diesel.

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