Itajaí – O preço da cesta básica subiu pela segunda vez consecutiva em Itajaí, passando de R$354,57 em julho para R$355,51 em agosto. Apesar da variação ser pequena, de 0,26%, alguns produtos tiveram aumento significativo.  Com mais esta alta, a cesta básica já acumula elevação de 12,03% em 2018. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que elabora o indicador com monitoramento da Uni Júnior, a partir de pesquisa realizada em seis supermercados da cidade.

Do painel de 13 produtos analisados, apenas cinco contribuíram para o aumento, foram eles: tomate com 39,06%, sendo que em julho havia caído 19,28%; a banana que subiu 6,31% (segunda alta consecutiva); o pão francês (4,64%); o café em pó 2,01% (segunda alta consecutiva); e o óleo de soja (0,58%).

Mesmo com a alta no preço total da cesta, os oito produtos restantes do painel tiveram queda, são eles: o leite longa vida com 21,61% depois de registrar seis altas consecutivas; a farinha de trigo que reduziu 12,25% após uma alta expressiva em julho de 18,63%; a batata (7,58% - terceira queda consecutiva); a manteiga (4,40%); o feijão preto (4,30% - segunda baixa seguida); o açúcar (1,58%); a carne (1,39% - segunda queda consecutiva); e o arroz  com uma baixa de 0,91% em agosto depois de uma alta de 15,19% em julho.

O aumento de agosto não foi maior em função da queda do preço da carne que tem o maior peso sobre o custo total da cesta básica, representando atualmente 37,92%, seguido do pão com 15,19% e do tomate 8,53%.

Com este ligeiro aumento, o preço da cesta básica em agosto de 2018 é 10,85% superior a agosto do ano passado, uma diferença de R$ 34,80. Portanto, acima do índice de inflação, o IPCA – Índice de Preço ao Consumidor Amplo, utilizado pelo Governo para a meta da inflação, atualmente em 4,48% (julho/2018). Ainda comparando os preços de agosto deste ano com os do mesmo mês do ano passado, nove produtos estão com os preços mais elevados, com destaque para a farinha de trigo que aumentou 37,14% e o leite com 27,28%.  Em contrapartida, o feijão, o açúcar, o arroz e a batata estão mais baratos no comparativo. Neste ano, os produtos que mais aumentaram foram o pão com 44,65% e a farinha de trigo com 36,65%.

O professor Jairo Romeu Ferracioli, economista e professor responsável pelo projeto, comenta que os dados apresentados revelam que o clima continua sendo um dos itens de maior influência no comportamento de preço de alguns produtos, principalmente os de origem agrícola. Ele alerta que mesmo com a queda no preço do trigo no mês, houve aumento do produto somado ao preço do pão de quase 40% no ano, consequência da elevação do preço do trigo no mercado internacional e da variação do dólar.

Os pesquisadores acreditam que a redução do preço do combustível também contribuiu para manter o custo da cesta no mesmo nível de julho, mas a tendência é de novos aumentos no preço dos combustíveis, principalmente o diesel, por conta da variação do petróleo e do dólar. "Para os próximos meses os preços dependerão das condições climáticas e do preço do petróleo no mercado internacional, bem como da variação cambial aqui no Brasil", opina Ferracioli.

Poder de compra do trabalhador

Com esta alta, o poder de compra do trabalhador assalariado em relação a alimentos básicos teve uma ligeira piora. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 37,17% em julho para 37,27% em agosto, ainda acima da referência ideal de 33,34%. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta são necessárias 81 horas e 59 minutos de um total de 220 horas mensais.


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